« Pedaços de vida* »

terça-feira, 30 de novembro de 2010

« o quarto »



Meu corpo está sentado numa cadeira,dentro de um quarto,tenho os braços em cima da mesa,e escrevo nesta folha,meu corpo está aqui inquieto,procuro pela minha alma,pois sinto o meu pensamento longe,por mais que tente,não consigo me concentrar.Olho pela janela,e vejo o reflexo do meu rosto,fixo o olhar para ver se consigo ver algo em mim,que não me arrependa,que não tenha pena.Vejo a vida a passar e sinceramente,só o fumo me acalma.Entra-me pela boca,vai para os pulmões,e quando sai,leva-me as preocupações,as disiluções,os fracassos a vergonha de ser quem sou.Mas parece que esse mesmo fumo que sai volta a entrar,um pouco depois.Trazendo de volta tudo consigo, em que outrora levará.Sinto-me perdido.Não sei o que fazer.Só pedia um abraço,um calor corporal que não fosse meu,um ombro para poder sentir que ainda estou de pé,nesta corrida,só precisava de um "estou aqui".Mas sei que isso cada vez mais se torna impossível.Olho para os papeis que se encontram a minha frente,e só vejo perguntas,perguntas ás quais não sei resposta,só sei que se continua-se a escrever as perguntas que rodeiam a minha cabeça e que não encontro resposta,não teria papel nem tinta de caneta para as escrever a todas.O vidro começa a ficar embaciado,e quando eu o limpo,consigo ver a noite a chegar,e eu,eu permaneço no mesmo sítio,sem encontrar tudo o que procuro desde inicio.Vou esperar mais um pouco pode ser que quando a lua chegar,traga consigo alguma resposta,pois sinto me bem a olhar para ela,é simples e sincera,ao olharmos para ela,conseguimos ver o seu interior,sem nunca a termos questionado.O seu brilho hipnotísa os meus olhos,e o seu calor aquece-me naquela noite fria.Vou perdendo o meu reflexo na janela,olho para os que me rodeiam,e tento perceber o que pensam, sei que maior parte é totalmente diferente de mim.Acabo por não ter mais forças para escrever,e as forças que tenho acabo esta frase..
                                                                                                                                       JS,29.11.2010

domingo, 28 de novembro de 2010

« perdido »



Minha alma pede para ir,meu corpo treme,não sei se é medo,se é frio do lugar onde me encontro,sinto ódio dentro de mim,sentimento de culpa,de tudo em meu redor,ódio do meu presente,ódio de quem sou,ódio do meu corpo,ódio que se transforma cada vez mais em algo mais poderoso,algo que consome meu pensamento,algo que domina minha cabeça,algo que não deixa meu corpo avançar,enquanto minha alma suplica para que ele se mecha,para que dê um passo,para que ele caminhe.Mas é mais forte que tudo,é algo que me prende a esta vida,a este lugar,a este sentimento imperfeito,que um ser como eu tenta não sentir.A pouco e pouco afasto-me de tudo o que verdadeiramente importa,de tudo o que interessa,de tudo em que outrora era um sorriso,hoje é uma lágrima,que percorre a cara,e morre quando caí no chão,não é saudade,é medo que eu não consiga ultrapassar todo este caminho escuro,que não consiga dar o primeiro paço,que não consiga sequer,erguer as pernas.Minha alma questiona-se o porque de teres deixado tudo isto acontecer,pois eras o menino que apontavas o dedo as atitudes que hoje,aqui,revelas fazer,e agora tens medo de amanhã,seres aquele a quem apontam o dedo,porque mudas-te?? a vida da muitas voltas,eu só tenho como desejo que seja como a terra,que por mais voltas que dê,volta sempre ao mesmo sítio,sei que nada vai ser igual,más por mais pequena que seja a minha alma,ela,com ou sem o meu corpo,seguirá em frente.Ela encontrara o caminho...

                                                 JS 28.11.2010 

sábado, 27 de novembro de 2010

« meu corpo morre em silêncio. »





sinto-me sozinho,neste quarto escuro,só vejo tristeza a minha volta,e esta pobre caneta pode muito bem confirmar isso,é gelado mas não tenho frio,é escuro e sinto-me com medo,tudo me assusta o pensamento,o této o chão,as imagens que passam nos meus olhos.
Penso em alguém que se encontra distante,sinto saudade daqueles momentos,eram e foram pequenos,más,deixaram um grande vazio em mim,que cada vez mais,se apoderá,fica mais forte,me domina,me mata!Meu corpo já não se sente,esta caído,sem utilidade,meu sangue,pouco tenho e o que tenho corre-me nas veias lentamente,é frio,tornando cada vez mais doloroso,ultrapassar este momento,torna-se difícil respirar,o ar entra e corta-me a garganta,e quando saí,leva pedaços de mim.Vejo-me a morrer aqui sozinho,sentido falta,ouvindo a tua voz a toda a hora na minha cabeça,sinceramente já não a sinto,a tua mão,que agarrou na minha e pediu para entrar no meu coração,e que eu deixei,e voltaria a deixar,não pensaria,entras-te e aqueceste-o,tornaste-o feliz,com um simples olhar,com um sorriso verdadeiro e com um amo-te sincero.Pedis-te para sair,e eu deixei,morri! porque o levas-te contigo,e agora aqui estou eu,neste quarto pensando em ti e morrendo em silêncio!

                                                    JS,25-11-2010