«sonho que faz chorar»

Era um passado que tinha sido esquecido, um passado que já ninguém se lembrava,numa família de 4 membros,um pai forte, uma mãe linda, uma filha que deixava os pais orgulhosos, e um filho que chorava as escondidas.Uma família feliz,até que chegou o dia da separação,e das lembranças.Vi a mãe separar-se do pai,e a voltar ao passado,passado esse vivido no meio de quatro paredes,um janela com duas grades,um quarto e uma casa de banho tudo junto.Mãe viverá ainda durante muito tempo,não acompanhando o filho na sua escola primaria.Afastada de tudo e todos, lutando pela sobrevivência, e a espera da sua hora,a espera do ser livre,a espera de abraçar a família e poder procurar a sua felicidade, sem barreiras,sem paredes,sem grades.Mas a vida ser complicada,e assim que a mãe sairá,o pai pediu o divorcio,não aguentar muito tempo,foram apenas 4 anos, e ele já tinha uma amante,pois não aguentará a ausência de sexo,de companheirismo, de rir, nos olhos do filho o pai virá de pai forte e melhor do mundo,para um cabrão.A mãe sentirá-se perdida agora,sem o homem que ela esperava ter do seu lado, ela pega no filho e leva-o a cela em que ela se tinha ficado presa 4anos,mete a mão na sanita, e o filho a pensar que ela tiraria dinheiro,ela tirou uma carta que o filho escreverá quando entrou para a escola para ela,filho agora maior lê e chora com a mãe.

« Mãe, és a maior.
  Hoje os meninos foram brincar para o bairro de cima, e os negros para o bairro debaixo.
  Eu brinco nos dois.
  A escola está a correr bem.
  Espero que esteja tudo bem contigo.
  Adorei aquela tarde que passei contigo.
  Toou cá fora a tua espera,força mãe.
                                                       saudades, zé, 04,Outubro,2000 »

O filho aprenderá com a mãe que nem tudo importante na vida era dinheiro,mas sim agarrar-nos aquilo que nos mantém de pé,está carta foi durante muito tempo,o poste desta mãe,apenas uma carta.A vida por vezes,e injusta conosco,e mais uma vez vai por esta mulher a prova.

PS* Mãe eu amo-te!
                                                                                         JS, 1 de Março de 2011